Dona Maria Constancia mora à beira da estrada, bem em frente à futura agrovila que deve abrigar os desalojados pelas obras da Transposição. A casa dela será uma das removidas para dar espaço ao canal. Junto com o marido, Seu Pedro, pediram para não serem inseridos no laudo do levantamento feito pelo Ministério da Integração, já que preferiram serem indenizados com dinheiro, ao invés de receber uma casa na agrovila.
O dinheiro da indenização está sendo usado para construir uma nova casa, à 50m da antiga. A passagem das obras do canal, tão próximo da futura residência, não os preocupa. A única coisa que angustia Dona Maria Constancia e Seu Pedro é a destruição do poço que os abastece de água. As obras passarão por cima dele. Já a água do futuro canal é uma incerteza. Seu Pedro acredita que contraditoriamente, a transposição ao invés de lhe trazer água, possa lhe tirar a que já tem. "Tô pensando isso aí, vou puxar água da onde?", pergunta-se desolado.
Situação parecida acontece nas comunidades de Oitis e de São Francisco, onde serão construídos uma barragem e um reservatório da transposição. O canal também passará pela comunidade. As casas já têm um bom abastecimento de água, inclusive para pequenos plantios irrigados, através de poços e caçimbas. Os moradores temem a destruição das cacimbas e não acreditam que terão acesso a água dos canais.
As poucas informações aumentam a insegurança. Nada foi falado sobre o acesso à água do canal. As únicas promessas que ouviram foram do DNOCS, sobre a indenização das famílias. Os valores baixos, no entanto, estão gerando insatisfação. Apenas algumas pessoas da comunidade aceitaram os valores pagos.
Satisfeito mesmo ficou um fazendeiro da região, que vendeu a sua propriedade para a construção da agrovila (Vilas Rurais Produtivas - VRPs), onde famílias serão reassentadas. Até o momento, da VPR, só se sabe o local. Da construção das casas, nem sinal... Com a venda da fazenda, Seu Vidal se mudou. Em Jati, o comentário é que ele comprou terras para as bandas de Goiás.
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